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Requerimento para a instauração de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) com objetivo de apurar as ações e omissões do Governo Federal no enfrentamento da pandemia da Covid-19 no Brasil e, em especial, no Amazonas com a ausência de oxigênio, foi assinada pelos três senadores do Estado, Omar Aziz (PSD), Eduardo Braga (MDB) e Plínio Valério (PSDB).
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Se aprovada a CPI, de autoria do senador Randolfe Rodrigues (Rede), será composta de 11 membros titulares e 7 membros suplentes, para, no prazo de 90 dias, com limite de despesas de R$ 90 mil, apurar as ações e omissões do Governo Federal diante da situação crítica da saúde em todo o Brasil e do Amazonas, que vive uma explosão de casos na segunda onda da doença no Estado.
O requerimento obteve 27 assinaturas, segundo a assessoria do líder da Rede no Senado, e deve ser protocolado ainda nesta quarta-feira (3). Depois, seguirá para a aprovação do recém-empossado presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (DEM-MG).
Braga e Omar tem os nomes envolvidos em alguns casos de corrupção investigados pelas Operações Lava-Jato, Maus Caminhos e Vertex.
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Em 2017, foi aberto inquérito para investigar os dois senadores a partir da delação do ex-executivo da empreiteira Odebrecht Arnaldo Cumplido de Souza. O emedebista foi figura de destaque entre os acusados de receber propina ou caixa dois da empreiteira Odebrecht que teriam dobrado seu patrimônio. No ano seguinte o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou o arquivamento do inquérito.
De acordo com um dos depoimentos do delator, teria ocorrido um acerto para que fossem feitos repasses aos investigados, ambos ex-governadores do Amazonas, para favorecer a empreiteira nas obras da ponte do Rio Negro.
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Omar Aziz também foi investigado em 2019 pela Polícia Federal (PF) por suspeita de desvios de recursos da saúde estadual do Amazonas para beneficiar ele e seus familiares.
Relatório produzido pela PF no estado na época, indiciou o senador por lavagem de dinheiro e participação em organização criminosa para desviar recursos do Instituto Novos Caminhos (INC), organização social contratada pelo governo para gerenciar unidades de saúde.
Em julho de 2019, a esposa e três irmãos de Omar chegaram a ser presos pela PF, mas foram soltos na sequência.
Naquele ano, a PF disse que tinha “fortes indícios” de que a família Aziz recebeu vantagens indevidas como: mesada de R$ 500 mil para Omar; pagamento de contas do apartamento do senador em Brasília; repasses a três irmãos e à mulher de Omar, Nejmi Aziz; viagens em aeronaves particulares bancadas por Moustafa; consultas médicas para a mãe do senador em unidades de saúde de luxo; um relógio de R$ 36 mil da marca Cartier como presente de aniversário para o senador; pagamentos avulsos que variavam de R$ 2.000 a R$ 250 mil.