Adoção de crianças e adolescentes é tema de mesa-redonda promovida pelo TJAM e OAB/AM nesta terça-feira

O evento online marca o Dia Nacional da Adoção, comemorado em 25 de maio.

Foto: Divulgação

 

Portal Soberano

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O Tribunal de Justiça do Amazonas (TJAM), por meio da Coordenadoria da Infância e da Juventude (Coij) e a Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Amazonas (OAB/AM) realizam nesta terça-feira (25/5), no “Dia Nacional da Adoção”, uma Mesa-Redonda com especialistas no tema para debater a questão da adoção no Amazonas, principalmente nesse momento de pandemia da covid-19. O evento será transmitido a partir das 14h (horário de Manaus | 15h horário de Brasília) pelo canal do Tribunal na plataforma YouTube (https://www.youtube.com/user/tjamazonas1).

A juíza de Direito Rebeca de Mendonça Lima, titular do Juizado da Infância e da Juventude Cível da Comarca de Manaus (JIJ-Cível), está entre os palestrantes convidados para abordar o tema da adoção. Além da magistrada, também participarão da mesa-redonda a subcoordenadora do Grupo de Trabalho de Cadastro do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Isabely Fontana; a presidente do Grupo de Apoio aos Pais Adotivos do Amazonas (Gapam), Iracy Rocha, e a psicóloga Luciana Peixoto, mestre em Psicologia que atua no Gapam. A mediação dos debates será conduzida pela presidente da Comissão de Proteção à Criança e ao Adolescente da OAB/AM, Thandra Sena.

A abertura da mesa-redonda contará com a participação da coordenadora da Infância e da Juventude do TJAM, desembargadora Joana Meireles, e da presidente da entidade dos advogados, Grace Benayon.

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“Adotar uma criança é entender que o amor transcende os laços sanguíneos e se fortalece no coração”, destaca a coordenadora da Coij, desembargadora Joana Meirelles. Ela ressalta a importância desta data para chamar a sociedade a refletir sobre a adoção, principalmente sobre as adoções mais necessárias formadas por crianças maiores de cinco anos; crianças e adolescentes com deficiência física ou mental e grupos de irmãos. “O ideal é manter a criança ou adolescente com sua família de origem, porém, quando se esgotam todas as possibilidades para essa convivência, faz-se necessário encontrar uma família que substitua a biológica. Esse processo é feito por sentença judicial após sério estudo psicossocial que envolve a família de origem; a família substituta devidamente cadastrados no Sistema Nacional de Adoção e a criança ou adolescente”, frisa a magistrada, acrescentando que a convivência familiar e comunitária é fundamental para o crescimento e desenvolvimento sadio de crianças e adolescentes e que, por isso, o Brasil conta com leis que determinam absoluta prioridade aos direitos infantojuvenis.

“Twittaço” – Além dessa ação em parceria com a OAB/AM, o Tribunal de Justiça do Amazonas aderiu ao “twittaço”, liderado pelo CNJ, que será iniciado às 10h30 (horário de Brasília) desta terça-feira. O objetivo é acionar uma grande rede em torno da hashtag #AdotarÉAmor e fazer o assunto “adoção” se tornar uma das principais pautas do dia no Twitter e demais redes sociais. A campanha deste ano, é: #AdotarÉAmor. Qualquer pessoa pode participar.

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Dia da Adoção – Criado em 1996, durante o 1.° Encontro Nacional de Associações e Grupos de Apoio à Adoção, o “Dia Nacional da Adoção”, celebrado em 25 de maio, é um chamado à conscientização e à reflexão sobre a importância do ato de adotar. A data tornou-se uma comemoração oficial no Brasil em 9 de maio de 2002, por meio da Lei n.° 10.447/02.

Segundo dados do Sistema Nacional de Adoção e Acolhimento (SNA), disponível em https://bit.ly/PainelOnlineSNA, desde janeiro de 2019, foram registradas 6.058 adoções no Brasil. De acordo com as estatísticas, no País, ainda existem 4.971 crianças disponíveis para adoção e 33.082 pretendentes habilitados para adotar. Dados do Juizado da Infância e da Juventude Cível da Comarca de Manaus indicam que, na capital do Amazonas, 141 famílias estão habilitadas hoje para adotar e 51 crianças e adolescentes aptos à adoção.

De acordo com os critérios estabelecidos pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o adotante deve ter acima de 18 anos e a diferença mínima de 16 anos de idade em relação ao adotando. A pessoa interessada deve fazer o pré-cadastro no Sistema Nacional de Adoção, no site do CNJ, em seguida procurar a Defensoria Pública ou um advogado e ingressar com a Habilitação para Adoção. Deve, ainda, aguardar a conclusão do processo na Vara da Infância, onde receberá o Laudo de Habilitação, que lhe torna apto a ser inserido na fila de pretendentes à adoção. A partir daí, deve aguardar o contato pela Vara, conforme ordem cronológica (estipulada a partir da data da sentença) e pelo perfil desejado.

“Dependendo do perfil indicado no momento do pré-cadastro, ou durante o processo de habilitação, se for até 2 anos de idade, a família poderá aguardar em média 3 anos, tempo que vem diminuindo em razão do projeto de entrega voluntária de bebês – o “Acolhendo Vidas” – cujas crianças conseguimos deixar aptas em menos tempo”, explica a juíza Rebeca de Mendonça Lima, titular do JIJ-Cível.

Projetos – O Tribunal de Justiça do Amazona desenvolve dois importantes projetos voltados à adoção, o “Acolhendo Vidas” e o “Encontrar Alguém”. O projeto de entrega voluntária “Acolhendo Vidas” já existe há oito anos. Atende,  acompanha e orienta mulheres que manifestam a intenção de entregar seu filho para adoção legal, reduzindo os casos de crimes por abandono de recém-nascido e/ou de incapaz. A juíza Rebeca de Mendonça Lima explica que o “Acolhendo Vidas” possibilitou, durante a pandemia, que muitas crianças recém-nascidas chegassem até o Juizado, em razão do trabalho da rede de proteção. De lá para cá, 95 mulheres foram atendidas e 32 adoções efetivadas.

“Na maternidade, quando uma grávida sinaliza que quer entregar o filho, o Serviço Social do hospital entra em contato com o Juizado da Infância e da Juventude Cível. Na maioria dos casos, a mulher desiste espontaneamente de entregar o filho em razão da articulação na rede de proteção, que se mobiliza para ajudá-la”, pontua a juíza Rebeca.

O projeto “Encontrar Alguém”, por sua vez, tem como ênfase o incentivo à adoção tardia das crianças e adolescentes de difícil colocação em família substituta. Criado em 2018, o projeto divulga, de forma responsável, a imagem e as histórias dessas crianças e adolescentes acolhidas, com o objetivo de mostrar à sociedade a sua existência e seu desejo de encontrar uma família. Por meio do “Encontrar Alguém”, já são 29 processos de adoção de crianças e adolescentes, sendo 15 em tramitação e 14 já efetivadas, totalizando 34 crianças e adolescentes alcançados pela ação. “Por meio do ‘Encontrar Alguém’, conseguimos a colocação em famílias de grupos de seis, quatro e de dois irmãos, além de crianças com deficiência”, destaca a magistrada Rebeca.

Para mais informações sobre adoção, o Juizado da Infância e da Juventude Cível disponibiliza orientações pelos números: (92) 3303-5285 e (92) 99136-5280.

 

*Com informações da assessoria de imprensa.