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Uma grande conversa. É assim que o Dandariando Podcast chega em todas as plataformas de streaming, nesta quinta-feira (15/04). O podcast vai trazer a vivência, os sonhos e a experiência de artistas e educadores amazonenses, e busca valorizar a cultura e arte produzida na cidade, além de visibilizar agentes culturais que atuam tanto na internet, quanto nas periferias e no âmbito educacional.
Contemplado pelo prêmio Feliciano Lana, pela Lei Aldir Blanc, edital da Secretaria de Cultura e Economia Criativa do Amazonas, o podcast terá três episódios nesta primeira temporada, que tem como foco a cultura afro-brasileira na capital amazonense. O projeto conta com o apoio e parceria da produtora Pedra de Fogo Produções e da Rio Negro Agência de Roteiros.
“No início da pandemia, eu criei uma série de lives para falar de temas que são coletivos, mas que eu também gosto de conversar. Isso com o intuito de dialogar sobre temas pertinentes à sociedade manauara, mas também sobre as inspirações que me trouxeram até aqui, como essas pessoas que estão fazendo a diferença de alguma forma no âmbito cultural, artístico e da educação”, reflete Jéssica Dandara, que apresenta o podcast.
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Uma dessas inspirações vem da paixão de Dandara por funk e pesquisa, que desenvolveu ainda na universidade. Dandara trouxe ao primeiro episódio do programa o funkeiro Dayrel Teixeira de Azevedo, manauara, criador da página Funkeiros Cults, para falar sobre a ideia inovadora de relacionar funk e literatura, proposta pela página.
“Eu desenvolvi uma pesquisa, no curso de Letras, em que fiz uma relação entre a escrita da Carolina Maria de Jesus, no livro Diário de Bitita, e as escritoras do blog Blogueiras Negras, e eu tenho muito apego a essa pesquisa, ela é o meu xodó, pois além da importância dessas escritas, e da oportunidade de visibilizar essas escritoras, foi a primeira pesquisa acadêmica que realizei. Juntei duas coisas que gosto e consumo: literatura e escrita de blog. Assim, a forma como o Dayrel trabalha o seu conteúdo nas redes sociais me chamou muito a atenção, visto que ele relaciona funk e literatura por meio de memes”, enfatiza.
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Entrevistado – A página Funkeiros Cults, no Instagram, do jovem Dayrel Azevedo, de 21 anos, soma mais 200 mil seguidores, e ele explica que, apesar de ser pouco, é um grande barulho feito por um garoto da periferia.
“Eu gosto sempre de ressaltar que eu sou só mais um moleque da periferia, que eu não tenho nada especial. Eu sou mais um moleque da periferia que ficou se mudando muito, que nunca teve uma casa própria e ficou migrando com a família de canto em canto. Sempre gostei de criar e eu já vinha fazendo meme no facebook, mas eu vi a necessidade de fazer essa página. Ela sou eu, nunca vi ninguém falando sobre um mano funkeiro, um moleque de periferia que também gostasse de literatura, como nunca vi nada parecido, então eu falei ‘Pô, eu vou criar isso aí’”, enfatiza Dayrel.
Morador do bairro Compensa, em Manaus, o funkeiro conta, ainda, que a página Funkeiros Cults têm alcançado outros estados.
“Eu criei a página sem pretensão alguma, não achei que se tornaria tudo isso. Como eu me identifiquei, eu faço pra mais pessoas se identificarem, tá ligado? E essa é a minha recompensa. Muito mano, muita mina, do Brasil todo, vem e fala ‘Pô, sempre me identifiquei com esse bagulho aí’, e essa a parada, muito gratificante”, finaliza.
O manauara afirma que a página se tornou a sua ocupação profissional. “A minha ocupação profissional, no momento, tem sido a página Funkeiros Cults, e como autônomo mesmo, sempre trabalhei de maneira autônoma. Ela tem me gerado muitas possibilidades. Sou muito grato por ela”, destaca.
Para saber mais sobre os próximos entrevistados do Dandariando Podcast, siga no Instagram (@dandariandopod).