Preparação – Lúcio está em Manaus desde segunda-feira (14/06), e foi atendido por uma equipe de profissionais formada por psicóloga, assistente social e fisioterapeuta.
“A psicóloga ficou surpresa com o desempenho e força de vontade dele. Lúcio iniciou a fisioterapia no Centro de Reabilitação da PAM-Codajás e já está em avaliação para a escolha da prótese. Também foi cogitada a possibilidade de uma órtese para as mãos, com o intuito de adaptar melhor pincel, lápis e talheres”, conta Angelina Rodrigues, professora de Artes Visuais que o acompanha nesse período. Ela escreveu um Trabalho de Conclusão de Curso (TCC) com o estudo de caso sobre Lúcio.
Continua depois da Publicidade
O jovem está otimista e acredita que o novo ciclo será importante também para o trabalho. “A prótese vai possibilitar a minha locomoção, vou ter mais independência até para trabalhar. Quero chegar ao impressionismo, levar meu nome para o mundo, ter meu trabalho reconhecido”, afirma.
Trajetória – Filho de Maria Lúcia Santarém e caçula de 14 irmãos, Lúcio nasceu em Juruti (PA). Sua mãe é a maior incentivadora e venceu todas as barreiras para garantir que Lúcio tivesse a oportunidade de estudar. Durante muito tempo, dona Maria Lúcia acompanhou o filho nas aulas até ele criar a autonomia na hora dos estudos. Com muita dificuldade, ele concluiu o Ensino Médio.
Desde criança demonstrava interesse pela arte. Ingressou no Liceu em 2016, no curso de Iniciação ao Desenho e Pintura, com o instrutor e artista visual Josinaldo Mattos. Sempre foi estimulado pelos professores e experimentou várias técnicas até encontrar a mais confortável à sua realidade.
“Estou sempre no processo de aprendizagem. Domino as técnicas de pintura acrílica, stencil e desenho realista, gosto de fazer retratos e pinturas diversas, e também autorretratos”, comenta.
No portfólio do artista, também estão algumas exposições. Em 2017, fez parte do Salão de Artes “Parintins Em Cores”, no Centro Social N. S. do Carmo; em 2018, esteve como convidado na coletiva “Amazonas Plural”, no Centro Cultural Usina Chaminé, em Manaus. No mesmo ano participou das mostras “O Ethos Social e Cultural da Família”, do coletivo Parintins em Cores; e “Geo+Metria”, com os alunos do curso de Iniciação ao Desenho e Pintura, do Liceu Parintins.
Atualmente, Lúcio participa de palestras, ao lado de Josinaldo, para falar de que forma a arte mudou sua vida. Recentemente descobriu a paixão pela música e, com apoio dos integrantes da Banda Sinfônica do Liceu e baquetas adaptadas, aprendeu a tocar bateria.
O jovem diz que espera motivar pessoas com deficiência. “Quero que essas pessoas enfrentem suas limitações, que não desistam de seus objetivos e mantenham a fé em Deus. A arte mudou minha vida, conquistei amigos, compartilho meu aprendizado com outros artistas. Estou conquistando meu espaço”, pontua.